Brasileirão 2017: Contas finais

O Grêmio deu ao Brasil 8 vagas na Libertadores e o Flamengo poderia ter dado 9

Não deu!
O Brasileirão terminou, mas três clubes tiveram de esperar 10 dias pela final da Copa Sul-Americana para saber se ainda teriam motivos de comemoração. Venceria o Brasil ou a Argentina? Afinal, perdeu o Flamengo. E o Vasco da Gama, que dependia do Mengão para garantir uma vaga direta nos grupos da Libertadores, teve de se contentar com a fase preliminar, onde estará o 8º classificado, Chapecoense, e poderia estar também o Atlético Mineiro. Mas não deu para o 9º! E não deu para o 15º, Sport, que, depois de se salvar do rebaixamento, suspirava por uma vitória do rubro-negro carioca para estar na Copa Sul-Americana de 2018. A última vaga ficou mesmo com o 14º, Fluminense.

Montanha-russa de sentimentos
O Brasileirão é uma autêntica montanha-russa de sentimentos. Vasco e Sport chegaram à última rodada com bons motivos para festejar, mas se o clube de Pernambuco ficou livre do pesadelo do rebaixamento, algum dia também viveu o sonho da Libertadores, sonho tornado realidade para o clube carioca, depois de superar alguns fantasmas do passado, quando caiu para 16º e viu de perto um possível regresso à segundona. Tal sentimento ruim esteve sempre na cabeça dos torcedores do Galo, que terminam o campeonato numa tristeza só. Eles queriam o título ou, pelo menos, uma vaga na Libertadores, mas com o 9º lugar, são os primeiros sim, mas da fila que leva à Copa Sul-Americana.

Títulos, vagas e fugas
Enquanto Atlético Mineiro (9º), Botafogo (10º), Atlético Paranaense (11º), Bahia (12º), São Paulo (13º) e Fluminense (14º) vão para a Sul-Americana, Sport (15º) e Vitória (16º) ficam apenas boiando na água de salsicha. Mas fugiram do arrastão que levou Coritiba (17º), Avaí (18º), Ponte Preta (19º) e Atlético Goianiense (20º) para a Série B. Vencedores de títulos só o 1º Corinthians (Brasileirão), 4º Grêmio (Copa Libertadores da América) e 5º Cruzeiro (Copa do Brasil). O 2º Palmeiras foi vice e o 6º Flamengo bi-vice (Copa do Brasil e Sul-Americana). Estes cinco clubes e o Santos (3º) entram logo nos grupos da Libertadores. Vasco (7º) e Chapecoense (8º) começarão nas preliminares. 

Brasileirão 2017: Os craques

Esquecido na China, Jô voltou para ficar na história do Brasileirão 2017

Craque do Brasileirão: O retorno de um baladeiro!
Jô? Não é aquele que fez o seu primeiro jogo oficial pelo Corinthians com apenas 16 anos? Aquele que ficou 5 anos na Europa, jogando por CSKA de Moscow, Manchester City, Everton e Galatasaray, até regressar ao Brasil, para ser um problema no Internacional? Aquele que venceu a Libertadores pelo Atlético Mineiro, mas também saiu de lá com fama de baladeiro? O que representou o Brasil na Copa de 2014, mas, se jogou, ninguém viu? Será aquele que andou esquecido nos Emirados Árabes Unidos e também na China? Sim, 11 anos depois, ele voltou para o Corinthians. É o novo campeão brasileiro e foi escolhido como o melhor jogador do campeonato. Jô, o craque do Brasileirão!

Craque da Galera: O retorno de um profeta!
E quem foi o artilheiro da prova? Isso mesmo! Foi Jô, empatado com Henrique Dourado. Os dois fizeram 18 gols. Aliás, o atacante do Fluminense é outro destaque da temporada, uma agradável surpresa, sobretudo porque raramente fica mais de um ano em clube algum. Mas o que não sairá da cabeça dos torcedores é a sua capacidade para marcar pênaltis. Na marca dos 7 metros, Dourado nunca falha. É bola para um canto e goleiro para o outro! Destaque também para Hernanes, que chegou ao São Paulo no meio do campeonato e fez jus ao apelido de Profeta, salvando o clube do rebaixamento. Vindo da China, Hernanes foi eleito por voto popular como o Craque da Galera.

11 do Brasileirão: Cadê o craque da... Libertadores?
Vanderlei (Santos); Fagner (Corinthians), Balbuena (Corinthians), Geromel (Grêmio) e Guilherme Arana (Corinthians); Bruno Silva (Botafogo), Arthur (Grêmio), Hernanes (São Paulo) e Thiago Neves (Cruzeiro); Henrique Dourado (Fluminense) e Jô (Corinthians). Esta a seleção do campeonato, escolhida por jornalistas e outros profissionais do meio. Justa a escolha de Vanderlei como o melhor goleiro, exigido até para a seleção do Brasil, mas parece que Tite não pensa assim. Merecido também o prêmio revelação para Arthur, um jogador que está no radar até do Barcelona. Mas espera aí! Cadê o Luan do Grêmio no onze do Brasileirão? Calma, ele só foi o craque da Copa Libertadores!

O craque da Libertadores não cabe na seleção do Brasileirão?

Brasileirão 2017: A dança dos treinadores

Mano Menezes é o técnico com mais tempo num clube do Brasileirão: só 16 meses!

Heróis da longevidade!
É um filme que se repete. Ano após ano, a dança dos treinadores no Brasileirão começa com várias cabeças a rolar ainda nos estaduais. Dos 20 técnicos que terminaram a última rodada do Brasileirão de 2016, 3 são heróis, por terem concluído o de 2017 no mesmo clube: Renato Gaúcho (Grêmio), Mano Menezes (Cruzeiro) e Jair Ventura (Botafogo). Claudinei Oliveira é outro herói, por se manter no Avaí, tanto na subida, em 2016, quanto na descida para a Série B, em 2017. Estranho é o caso de Eduardo Baptista, que terminou 2016 na Ponte Preta, foi contratado pelo Palmeiras, acabou demitido ainda durante o Paulistão e, por fim, caiu com a mesma Ponte Preta para a Série B.

Demitidos... heróis!
Eduardo Baptista dirigiu os últimos 14 jogos da Ponte Preta, substituindo o demitido Gilson Kleina, que logo, se transformaria no 4º técnico da Chapecoense esta época, dando continuidade aos trabalhos de Vagner Mancini, Vinícius Eutrópio e o interino Emerson Cris. A Chape, que lutava contra o rebaixamento, acabou na Libertadores. Outro que se livrou da Série B foi o Vitória, treinado por... Vagner Mancini. Curioso também o caso do interino Daniel Paulista, que terminou 2016 salvando o Sport de cair na Série B e, pelo feito, foi promovido a técnico principal. Baixou a auxiliar ainda no estadual e terminou 2017 salvando o Sport do rebaixamento, de novo, e como... interino!          

Interinos... heróis!
Os técnicos interinos são a bola da vez! Muitos aparecem no comando das equipes nessa de ver o que acontece e acabam promovidos a técnicos principais. É o caso de Zé Ricardo, que numa semana vence a Copa São Paulo Júnior pelo Flamengo, na outra substitui Murici Ramalho nos profissionais, ainda em 2016, e um ano depois termina o Brasileirão 2017 colocando o Vasco na Libertadores. Outro nome seguro da nova geração de técnicos brasileiros é Jair Ventura, um ex-interino há quase um ano e meio como técnico principal do Botafogo. Já Fábio Carille, campeão pelo Corinthians, foi um interino substituído por Oswaldo Oliveira no Brasileirão de 2016, mas seu substituto em 2017.

Auxiliar de Oswaldo Oliveira em 2016, Fábio Carille foi campeão em 2017

Brasileirão 2017: Os renascidos!

As sete vidas da Chapecoense

Corinthians, campeão de primeira
Ponto final no Brasileirão 2017! Quem ganhou, ganhou! Quem não ganhou e sonhava ganhar, que espere por 2018! Quem ficou, ficou! Mas ficou... feliz, só por ficar, ou... infeliz, por só ficar entre os 20 principais clubes do futebol nacional? E a nível internacional? Quem foi, foi! Quem não foi à Libertadores da América é porque foi à Sul-Americana! E quem não irá, em viagem, pela América do Sul, é porque ficou, sem nada, na... água de salsicha ou, sem chão, caído na... segunda! Mas há quem tenha subido de divisão e, aí, um também ganhou a taça. Assim, foi campeão o Corinthians, o verdadeiro campeão dos campeões, e subiu como campeão o América Mineiro.

O sucesso dos técnicos interinos...
Este foi o campeonato dos renascidos, ou seja, daqueles que conseguiram sobreviver a todo o tipo de tormenta e, mais parecendo ter sete vidas, foram respirando alguns balões de oxigénio até encontrar a felicidade no último dia. O Corinthians é um deles. Depois de perder Tite para a seleção e perder também o rumo no campeonato passado, renasceu este ano com Fábio Carille, um interino promovido a técnico principal. Zé Ricardo é outro que começou como interino e passou a técnico principal do Flamengo, em 2016. Demitido no meio deste ano, renasceu num Vasco, aparentemente, lutando para não descer de divisão e, afinal, terminou coberto de glória na... Libertadores de 2018!

E a sobrevivência da Chapecoense
O caso mais impressionante é do Chapecoense. Após o trágico acidente do ano passado, com as consequências que todos já sabem, o clube ressurgiu das cinzas, trouxe novos jogadores, contratou e demitiu vários técnicos, lutou lá em baixo contra o rebaixamento, foi resistindo a grandes turbulências e, no último dia, fugiu da segundona para jogar a Libertadores em 2018! Um dos heróis foi Gilson Kleina que começou o ano na Ponte Preta, foi demitido e renasceu como técnico de sucesso em Capecó. Contudo, grande herói mesmo foi o capitão Alan Ruschel que, depois de sair vivo daquele triste acidente, ainda ajudou o clube a sobreviver dentro do campo, até alcançar a felicidade.
     

Fábio Carille: de interino a técnico principal de sucesso no renascido Corinthians

Brasileirão 2017: Último dia!

Rei da América do Sul, o Grêmio ainda poderá ser vice do Brasileirão 2017

Quase... fim de festa!

Fim de festa para o campeão! Fim de festa para quem descer ou não de categoria! Mas ainda estão todos em "modo de espera" quanto ao número de vagas na Libertadores. Há já algumas semanas que o Corinthians garantiu o título de campeão do Brasileirão, isso depois do Cruzeiro ter sido campeão da Copa do Brasil. Agora foi a vez do Grêmio se sagrar campeão da Copa Libertadores, vencendo a final contra o Lanús da Argentina. Assim, esses três campeões garantiram uma vaga automática na Libertadores do próximo ano. Palmeiras e Santos também, pela boa campanha num campeonato que termina hoje, mas não as vagas na Libertadores, tudo por causa do... Flamengo.  

Corinthians, Grêmio, Cruzeiro...

Flamengo, campeão da Copa Sul-Americana? Se assim for as vagas na Libertadores que, antes, seriam destinadas a 7 clubes brasileiros, passariam a 9, isso depois do Grêmio, Rei da América, já ter permitido alargar esse lote para 8. Portanto, internacionalmente, esta foi uma semana muito produtiva para o futebol brasileiro, primeiro, com a vitória do Grêmio na Libertadores e, segundo, com a ida do Flamengo à final da Sul-Americana, depois do jogo heróico na Colômbia, contra o Junior Barranquilla. Mas é estranho. Na Europa a temporada termina em grande, com a final mais importante que é a da Liga dos Campeões. Na América do Sul, termina com a final que ninguém liga.

E ainda fortes emoções!
Mas enfim, com ou sem 9 clubes na Libertadores de 2018, hoje é dia de grandes emoções! Além do Flamengo, 6º lugar com 53 pontos, ainda existem muitos clubes sonhadores, como o 7º Vasco (53), 8º Botafogo (52), 9º Chapecoense (51), 10º Atlético-MG (51), 11º Bahia (49), 12º São Paulo (49) e 13º Atlético-PR (48). Destes, o 9º ainda poderá ser feliz se o Flamengo contribuir. Mas o Mengão não está livre da desgraça de ficar ele em 9º e ainda perder a final da Sul-Americana. Outro tipo de desgraça é o que aconteceu ao 20º Atlético-GO (35) e 19º Ponte Preta (39), já caídos para a Série "B". Entre o 15º Vitória (43), 16º Coritiba (43), 17º Sport (42) e 18º Avaí (42), dois se salvarão! 

O Independiente (Argentina) é uma das chaves para o Flamengo chegar à... Libertadores 

Brasileirão 2017: O campeão Corinthians e a montanha-russa!

Montanha-russa corinthiana: Campeão em 2015, nada em 2016, campeão em 2017. 

Timão, o Campeão dos Campeões!

O Corinthians começou o ano querendo ser aquele Timão, o campeão dos campeões, mas a Fiel Torcida... desconfiava. Afinal de contas, oh ano sofrido, o de 2016! E neste de 2017, logo em janeiro, na pré-temporada, derrota na final da Florida Cup, para o... São Paulo. Foi nos penalties, mas... palhaçada visitar Miami e perder um título para o rival! Em março, o Coringão foi jogar em Santa Catarina e quase cai fora da Copa do Brasil, eliminado por um tal Brusque FC, da Série D. A tragédia só não aconteceu porque, afinal, existe felicidade nos... penalties! E os meses foram passando... em maio, Corinthians campeão paulista... em novembro, Corinthians campeão brasileiro! 

Um planejamento tipo... montanha-russa?
Que planejamento é esse, tipo montanha-russa, que, num ano, deixa o clube sem rumo, e no outro, com o título do Brasileirão? O seu presidente, Roberto de Andrade, eleito em fevereiro de 2015, teve um primeiro ano de mandato muito tranquilo, aproveitando o efeito Tite para fazer do Corinthians campeão brasileiro. Mas sem Tite, perdido para a seleção em junho de 2016, ele se viu completamente perdido com as apostas que fez. Trouxe Cristóvão Borges e fê-lo cair... 3 meses depois. Tirou Oswaldo Oliveira do Sport e puxou seu tapete... 2 meses depois. Pelo meio, o interino Fábio Carille, um aposta, mas... sem compromisso. Resultado: Nem títulos, nem vaga na Libertadores. 

Ganhar sem Tite, mas com... Carille!
Mas esse planejamento, o da montanha-russa, nunca falha! Se 2015 foi um ano de subida ao altar dos campeões e 2016 de se arrastar pelos buracos do asfalto, 2017 era destinado a nova escalada ao Olimpo. E qual seria a receita para mais títulos, sem Tite, o pai do Brasileirão 2015, Paulistão 2013, Recopa Sul-Americana 2013, Mundial de Clubes 2012, Libertadores 2012, Brasileirão 2011, enfim, os últimos títulos do Corinthians? Por que não trazer da China o desacreditado Jô, para ser o artilheiro do campeonato, e o meia Jadson, campeão de 2015, para ser o motor do time? Já agora, por que não apostar no interino Fábio Carille como técnico principal? Foi o que se fez e... deu certo! 

O ano de 2017 começou com o Corinthians campeão paulista.