O campeão será... verdão?
No 1º turno, o campeão foi o Palmeiras, com 36 pontos, logo seguido por Grêmio (35), Atlético Mineiro (35), Corinthians (34), Flamengo (34) e Santos (33). Portanto, eram seis os clubes que, à 19ª rodada, mostravam capacidade para estar no topo da tabela. Quase dois meses depois, quando já só faltam 10 jogos para terminar o Brasileirão, o primeiro classificado é o... Palmeiras, com 57 pontos! Apetece dizer que as habilidades do mestre-Cuca têm sido muito bem aproveitadas para lançar o "verdão" no caminho certo rumo ao título. Realmente, o técnico Alexi Stival, mais conhecido por Cuca, tem feito um ótimo trabalho em apenas 6 meses e alguns dias de clube. Ele busca o seu primeiro título brasileiro num Palmeiras que amarga uma seca violenta de... 21 anos. Sim, foi em 1994 a última vez que um palmeirense gritou "é campeão"! E agora o sonho está cada vez mais próximo da realidade, embora o pesadelo também não esteja longe. Dois outros clubes partilham do mesmo sonho: Flamengo, com 54 pontos, e Atlético Mineiro, 52.
E se não fossem as seleções, o campeão seria... peixe?
O Santos também tem direito a sonhar, mas estando já a 9 pontos do líder, o melhor é pensar em objetivos mais realistas. A verdade é que o "peixe" foi muito prejudicado por esta coisa incrível de se jogar o campeonato juntamente com as seleções. Primeiro, ficou cerca de 20 dias sem três dos seus melhores jogadores, convocados para a Copa América - a dupla atacante, Ricardo Oliveira e Gabriel Barbosa, e ainda o maestro do meio campo, Lucas Lima. É certo que Ricardo Oliveira se lesionou antes e não pôde jogar pelo Brasil, mas dá no mesmo. Depois, veio a olimpíada, no Rio, e foram mais de 30 dias sem outros três jogadores - novamente Gabriel, o Gabigol, e ainda Zeca e Thiago Maia. Para piorar a situação, depois de conquistar a medalha de ouro, Gabigol desembarcou em Milão, vendido à Internazionale. Quer dizer, só um milagreiro como o técnico Dorival Júnior para conseguir manter o Santos ainda com o sonho do título. Agora imaginem esse time na máxima força desde o início. Com toda a certeza teria mais pontos.
Um campeão... interino?
O caso do Flamengo é curioso. Começou o campeonato debaixo de muitas críticas, pelo fraco desempenho no campeonato carioca, e o nervosismo só não foi pior porque o técnico era Muricy Ramalho, contratado quatro meses antes para iniciar um projeto que envolveria até os escalões de base. Mas por motivos de saúde, Muricy foi obrigado a encerrar a sua gloriosa carreira de técnico, deixando o time com o interino Jayme de Almeida logo na 2ª rodada. Uma semana depois seria chamado outro interino, desta vez o novato Zé Ricardo, técnico da base e campeão da última edição da Copa São Paulo, assim lançado às feras pela diretoria numa de esperar pra ver no que dava. E o Zé foi... sobrevivendo... enquanto o Mengão ia mordendo os calcanhares do G4... sobrevivendo... enquanto o Mengão entrava de vez no G4... e o Zé... efetivado técnico principal... punha o Mengão definitivamente na luta pelo título, 2º classificado desde a 22ª rodada, sempre mordendo os calcanhares do Palmeiras, na liderança desde a 19ª rodada.
Sonho perdido é sonho ganho é sonho perdido é sonho... de campeão
E o Atlético Mineiro? Está a 5 pontos do líder, mas ainda tudo pode acontecer. Sem falar que Palmeiras e Flamengo terão de se deslocar ao Mineirão, em Belo Horizonte, para uma visita nada agradável ao "Galo". E a verdade é que este Atlético tem talvez o melhor plantel de todos os 20 clubes do campeonato. Só a dupla atacante formada por Robinho e Fred já serve para deixar qualquer defesa de cabelo em pé. Dá gosto ver este Robinho jogar, assim sem pedaladas mas super inteligente nas combinações com Fred. E quando os dois não estão nos melhores dias aparecem outros, como Lucas Pratto, colega de Lionel Messi no ataque da seleção argentina, e Cazares, um colombiano muito bom de bola. No comando está Marcelo de Oliveira, técnico chegado ao "Galo" depois de ser demitido do Palmeiras, antes bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro, hoje em busca de novo título no outro rival de... Minas. E se, no início do ano, lhe foi tirado o sonho de ser campeão pelo Palmeiras, no final, poderá ser ele a tirar o sonho de campeão ao... Palmeiras.
Bobinhos, quem falou em G4? É... G6!
Ao fim de 28 rodadas do campeonato, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que afinal o G4 não é G4. São 20 clubes! Disso ninguém duvida. E todos sabem desde o início que os quatro primeiros classificados têm acesso garantido na Copa Libertadores da América. Aliás, se fosse hoje, os contemplados seriam Palmeiras (1º lugar), Flamengo (2º), Atlético Mineiro (3º) e Santos (4º). Infelizmente, nem todos podem entrar no G4. Assim, com muita pena, de fora estariam Fluminense, 5º (46 pontos), Atlético Paranaense, 6º (42), Corinthians, 7º (41), Botafogo, 8º (41), Grêmio, 9º (40) e Ponte Preta, 10º (39). Mas... não, G4 não existe! A CBF nunca falou em G4! Que clubes bobos, que surdos! O 5º classificado também cabe na Libertadores. É o Fluminense o 5º? Então, se fosse hoje, o Fluminense estaria dentro. E... surpresa! O 6º classificado também cabe na Libertadores. É o Atlético Paranaense o 6º? Parabéns! Se fosse hoje, o Atlético do Paraná também estaria dentro. A CBF já falou e tá falado: G4 é... G6!
A triste passagem do G4 para fora do... G6
Mesmo assim, Corinthians e Grêmio, antes candidatos ao título, hoje estariam longe da Libertadores. Não estariam nem no G6! E esses dois clubes até terminaram o 1º turno, confortavelmente, no G4. O Grêmio era 2º classificado, a 1 ponto do líder, e hoje, 9 jogos depois, é 9º, a 17 pontos; o Corinthians era 4º, a 2 pontos do líder, e hoje é 7º, a 16 pontos de distância do Palmeiras. Os gremistas, como não podia deixar de ser, já trocaram de técnico. Roger Machado, que iniciara o campeonato como o 3º técnico mais antigo, embora com apenas 11 meses de clube, atrás de Tite (1 ano e 5 meses), do Corinthians, e de Givanildo Oliveira (1 ano e 8 meses), do América Mineiro, acabou saindo, para dar o lugar a Renato Gaúcho, vicecampeão com o Grêmio em 2013. Demissão anunciada era a de Cristóvão Borges, do Corinthians. Contratado com a difícil tarefa de substituir Tite, foi hostilizado desde o início pela torcida "fiel" sem paciência. E ele até durou muito, 3 meses, até ser substituído pelo interino Fábio Carille. Mas, será mesmo um interino?
Um interino pode ir levando até (não) aparecer... alguém
Com tantas demissões de técnicos, a vez é dos interinos. Os dirigentes apostam neles mas também não se comprometem. Com a demissão de Cristóvão Borges, o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, anunciou Fábio Carille até final da época. Mas depois corrigiu, dizendo que era para Carille "ir levando" até aparecer alguém. Engraçado porque no Flamengo não foi diferente. Só que lá o interino Zé Ricardo foi levando muito bem e não deu chance de aparecer alguém. Já Carille, embora tenha se aguentado bem na Copa do Brasil, leva dois jogos e duas derrotas no campeonato. A "fiel" torcida sem paciência não vai suportar uma terceira derrota. Quem também apostou num interino foi o Botafogo e se deu muito bem. Quando ficou sem Ricardo Gomes, o Botafogo era 16º classificado com 20 pontos, 2 a mais que o 17º ou o 1º da zona de rebaixamento. Veio o interino Jair Ventura e hoje, 10 rodadas depois, o Botafogo é 8º, a 7 pontos do G4 e a 1 apenas do G6. Sem dúvida, Jair Ventura levou muito bem e até já nem é mais interino.
E se da água de salsicha viesse mais algum G... qualquer coisa?
Quem continua a sua queda vertiginosa rumo ao precipício é o Internacional. Depois de ter liderado o campeonato na 5ª, 7ª e 8ª rodadas, terminou o 1º turno em 14º, 1 ponto a mais que o 1º da zona de rebaixamento, e agora, 9 jogos depois, entrou lá de vez. É o atual 18º com 30 pontos, acima de América Mineiro (21) e Santa Cruz (23), abaixo de Figueirense (31). Curiosamente, o 16º é o Cruzeiro, com 33 pontos. A troca do português Paulo Bento por Mano Menezes permitiu ao Cruzeiro respirar melhor na chamada água de salsicha, mas ainda não conseguiu libertar-se em definitivo de uma possível queda para a Série B. Aliás, por falar em água de salsicha, onde alguns clubes grandes estão e cujo marasmo pareciam querer ficar até ao regresso do campeonato de 2017, a verdade é que já ninguém deve parar de sonhar com a... Libertadores. Quem pode ter a certeza de que não virá um... G14 para o São Paulo entrar, um... G16 para o Cruzeiro ou um... G18 para o Internacional? Calma, muita calma nessa hora! G18 já nem faz parte da... água de salsicha.
Um campeão... interino?
O caso do Flamengo é curioso. Começou o campeonato debaixo de muitas críticas, pelo fraco desempenho no campeonato carioca, e o nervosismo só não foi pior porque o técnico era Muricy Ramalho, contratado quatro meses antes para iniciar um projeto que envolveria até os escalões de base. Mas por motivos de saúde, Muricy foi obrigado a encerrar a sua gloriosa carreira de técnico, deixando o time com o interino Jayme de Almeida logo na 2ª rodada. Uma semana depois seria chamado outro interino, desta vez o novato Zé Ricardo, técnico da base e campeão da última edição da Copa São Paulo, assim lançado às feras pela diretoria numa de esperar pra ver no que dava. E o Zé foi... sobrevivendo... enquanto o Mengão ia mordendo os calcanhares do G4... sobrevivendo... enquanto o Mengão entrava de vez no G4... e o Zé... efetivado técnico principal... punha o Mengão definitivamente na luta pelo título, 2º classificado desde a 22ª rodada, sempre mordendo os calcanhares do Palmeiras, na liderança desde a 19ª rodada.
Sonho perdido é sonho ganho é sonho perdido é sonho... de campeão
E o Atlético Mineiro? Está a 5 pontos do líder, mas ainda tudo pode acontecer. Sem falar que Palmeiras e Flamengo terão de se deslocar ao Mineirão, em Belo Horizonte, para uma visita nada agradável ao "Galo". E a verdade é que este Atlético tem talvez o melhor plantel de todos os 20 clubes do campeonato. Só a dupla atacante formada por Robinho e Fred já serve para deixar qualquer defesa de cabelo em pé. Dá gosto ver este Robinho jogar, assim sem pedaladas mas super inteligente nas combinações com Fred. E quando os dois não estão nos melhores dias aparecem outros, como Lucas Pratto, colega de Lionel Messi no ataque da seleção argentina, e Cazares, um colombiano muito bom de bola. No comando está Marcelo de Oliveira, técnico chegado ao "Galo" depois de ser demitido do Palmeiras, antes bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro, hoje em busca de novo título no outro rival de... Minas. E se, no início do ano, lhe foi tirado o sonho de ser campeão pelo Palmeiras, no final, poderá ser ele a tirar o sonho de campeão ao... Palmeiras.
Bobinhos, quem falou em G4? É... G6!
Ao fim de 28 rodadas do campeonato, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que afinal o G4 não é G4. São 20 clubes! Disso ninguém duvida. E todos sabem desde o início que os quatro primeiros classificados têm acesso garantido na Copa Libertadores da América. Aliás, se fosse hoje, os contemplados seriam Palmeiras (1º lugar), Flamengo (2º), Atlético Mineiro (3º) e Santos (4º). Infelizmente, nem todos podem entrar no G4. Assim, com muita pena, de fora estariam Fluminense, 5º (46 pontos), Atlético Paranaense, 6º (42), Corinthians, 7º (41), Botafogo, 8º (41), Grêmio, 9º (40) e Ponte Preta, 10º (39). Mas... não, G4 não existe! A CBF nunca falou em G4! Que clubes bobos, que surdos! O 5º classificado também cabe na Libertadores. É o Fluminense o 5º? Então, se fosse hoje, o Fluminense estaria dentro. E... surpresa! O 6º classificado também cabe na Libertadores. É o Atlético Paranaense o 6º? Parabéns! Se fosse hoje, o Atlético do Paraná também estaria dentro. A CBF já falou e tá falado: G4 é... G6!
A triste passagem do G4 para fora do... G6
Mesmo assim, Corinthians e Grêmio, antes candidatos ao título, hoje estariam longe da Libertadores. Não estariam nem no G6! E esses dois clubes até terminaram o 1º turno, confortavelmente, no G4. O Grêmio era 2º classificado, a 1 ponto do líder, e hoje, 9 jogos depois, é 9º, a 17 pontos; o Corinthians era 4º, a 2 pontos do líder, e hoje é 7º, a 16 pontos de distância do Palmeiras. Os gremistas, como não podia deixar de ser, já trocaram de técnico. Roger Machado, que iniciara o campeonato como o 3º técnico mais antigo, embora com apenas 11 meses de clube, atrás de Tite (1 ano e 5 meses), do Corinthians, e de Givanildo Oliveira (1 ano e 8 meses), do América Mineiro, acabou saindo, para dar o lugar a Renato Gaúcho, vicecampeão com o Grêmio em 2013. Demissão anunciada era a de Cristóvão Borges, do Corinthians. Contratado com a difícil tarefa de substituir Tite, foi hostilizado desde o início pela torcida "fiel" sem paciência. E ele até durou muito, 3 meses, até ser substituído pelo interino Fábio Carille. Mas, será mesmo um interino?
Um interino pode ir levando até (não) aparecer... alguém
Com tantas demissões de técnicos, a vez é dos interinos. Os dirigentes apostam neles mas também não se comprometem. Com a demissão de Cristóvão Borges, o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, anunciou Fábio Carille até final da época. Mas depois corrigiu, dizendo que era para Carille "ir levando" até aparecer alguém. Engraçado porque no Flamengo não foi diferente. Só que lá o interino Zé Ricardo foi levando muito bem e não deu chance de aparecer alguém. Já Carille, embora tenha se aguentado bem na Copa do Brasil, leva dois jogos e duas derrotas no campeonato. A "fiel" torcida sem paciência não vai suportar uma terceira derrota. Quem também apostou num interino foi o Botafogo e se deu muito bem. Quando ficou sem Ricardo Gomes, o Botafogo era 16º classificado com 20 pontos, 2 a mais que o 17º ou o 1º da zona de rebaixamento. Veio o interino Jair Ventura e hoje, 10 rodadas depois, o Botafogo é 8º, a 7 pontos do G4 e a 1 apenas do G6. Sem dúvida, Jair Ventura levou muito bem e até já nem é mais interino.
E se da água de salsicha viesse mais algum G... qualquer coisa?
Quem continua a sua queda vertiginosa rumo ao precipício é o Internacional. Depois de ter liderado o campeonato na 5ª, 7ª e 8ª rodadas, terminou o 1º turno em 14º, 1 ponto a mais que o 1º da zona de rebaixamento, e agora, 9 jogos depois, entrou lá de vez. É o atual 18º com 30 pontos, acima de América Mineiro (21) e Santa Cruz (23), abaixo de Figueirense (31). Curiosamente, o 16º é o Cruzeiro, com 33 pontos. A troca do português Paulo Bento por Mano Menezes permitiu ao Cruzeiro respirar melhor na chamada água de salsicha, mas ainda não conseguiu libertar-se em definitivo de uma possível queda para a Série B. Aliás, por falar em água de salsicha, onde alguns clubes grandes estão e cujo marasmo pareciam querer ficar até ao regresso do campeonato de 2017, a verdade é que já ninguém deve parar de sonhar com a... Libertadores. Quem pode ter a certeza de que não virá um... G14 para o São Paulo entrar, um... G16 para o Cruzeiro ou um... G18 para o Internacional? Calma, muita calma nessa hora! G18 já nem faz parte da... água de salsicha.
G4 que dá acesso à Copa Libertadores da América, G6 também...
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